A pesquisa faz parte do projeto Marxismo e América Latina: lutas políticas e novos processos constituintes e tem como objetivo analisar o desenvolvimento histórico de Cuba para compreender o desenvolvimento do quadro de suas forças produtivas articulada à teoria da dependência de Ruy Mauro Marini. Para tanto, serão analisadas as transformações econômicas que Cuba passou, pós-Revolução de 1959, até os dias atuais, identificando os processos que desembocaram nas mudanças constitucionais e legislativas e que foram reflexo das necessidades colocadas para o desenvolvimento das forças produtivas a partir das implicações da crise do capitalismo de 2008. Para a abordagem fez-se uso do método materialista histórico-dialético, tendo como referência as categorias marxianas: totalidade, historicidade e dialética. Como procedimentos metodológicos utilizou-se a pesquisa bibliográfica - de caráter exploratório – em fontes primárias, tais como as Constituições pós-Revolução Cubana de 1959 - a Ley Fundamental del Estado Cubano de 1959; a Constituição de 1976, a Reforma Constitucional de 1992 e a Constituição de 2019. A Constituição de 2019 não será objeto de nossa investigação, como Constituição em si, isto é, como código normativo – dever ser – mas, para verificar os processos de continuidade e rupturas oriundos da totalidade das relações sociais e econômicas na ilha caribenha que, a partir de uma determinada correlação de forças, desembocou em processos constituintes. Para compreensão e análise, escolheu-se três aspectos centrais: as relações de trabalho; a propriedade dos meios de produção e o controle estatal da economia. Verificou-se que o desenvolvimento histórico e da totalidade das relações sociais e de produção cubanas, antes da Revolução de 1959, eram de caráter predominantemente agrícola, com formas pré-capitalistas e de subserviência aos Estados Unidos da América e, que, o socialismo cubano se deu como parte do próprio processo histórico revolucionário cubano, que era, em sua gênese, anti-imperialista e democrático. A partir das novas necessidades, surgidas pela Revolução de 1959, adotou-se a opção socialista como essencial ao desenvolvimento das forças produtivas e da mudança qualitativa na qualidade de vida da classe trabalhadora. A pesquisa não está conclusa, para sua continuidade serão investigados as contradições existentes, entre a revolução socialista e o desenvolvimento das forças produtivas – presentes no debate econômico – que foram travadas em cada período histórico e que culminaram com as novas constituições ou reformas constitucionais, bem como os processos que desembocaram na Constituição de 2019 e, as transformações ocorridas, no âmbito da ordem econômica, a partir do novo texto magno. A importância da pesquisa reside em demonstrar que as contradições postas na totalidade das relações econômicas e sociais podem ser a gênese de possibilidades para a sua superação.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas